Quando o assunto de transição energética entra em pauta, muito se fala no potencial e na importância do hidrogênio verde. Ao mesmo tempo, há quem fale sobre a igual relevância do hidrogênio azul e até mesmo do hidrogênio turquesa para o tema. Afinal, o que significam estas cores e qual a diferença de cada um?
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Hidrogênio preto: é produzido a partir da gaseificação de carvão mineral. Este processo envolve expor o carvão a temperaturas altíssimas (acima de 700 °C), produzindo gás de síntese, uma mistura primariamente de hidrogênio e monóxido de carbono, mas que também possui dióxido de carbono e metano, dependendo da totalidade da combustão. O hidrogênio, então, é separado desta mistura.
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Hidrogênio cinza: é produzido a partir da reforma a vapor do gás natural. A reforma a vapor é um processo de reação entre o metano do gás natural e água na presença de catalisador e a altas pressões (3 a 25 bar), também gerando gás de síntese, como no hidrogênio preto. O processo do hidrogênio cinza não possui qualquer tipo de tratamento das emissões de CO2.
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Hidrogênio azul: é idêntico ao hidrogênio cinza, mas seu processo contempla a captura e tratamento do CO2 produzido na reforma.
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Hidrogênio verde: é produzido a partir da eletrólise da água. A eletrólise é o processo de quebra da molécula da água em gases hidrogênio e oxigênio através da passagem de corrente elétrica. Para o hidrogênio produzido através desta rota ser verde, a energia elétrica utilizada neste processo necessariamente deve ser de origem renovável, preferencialmente de origem solar e/ou eólica.
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Hidrogênio turquesa: é produzido a partir da pirólise do metano. A pirólise é realizada expondo o metano a altíssimas temperaturas, podendo chegar a 1200 °C. É também chamada de decomposição térmica e, além de hidrogênio, gera carbono sólido, podendo ser utilizado nas indústrias de borrachas e pneus.
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Hidrogênio musgo: é produzido a partir da reforma a vapor de etanol. O processo de reforma é bastante similar ao já descrito para o hidrogênio cinza.
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Hidrogênio rosa: é produzido a partir da eletrólise da água, em processo idêntico ao do hidrogênio verde. O que muda é a fonte de energia elétrica: para este hidrogênio, é usada energia elétrica proveniente de fontes nucleares.
É de extrema importância entender as peculiaridades de cada rota. Seus custos, suas dificuldades e seus desafios de pesquisa e inovação são objetos de estudos de todos para viabilizar economicamente o hidrogênio verde e de baixo carbono. Nós da ABHAV trabalhamos intensamente para oferecer o máximo de informação referente aos aspectos técnicos e econômicos e, assim, ajudar a fomentar o setor e a tomar decisões de negócio mais assertivas.