Hidrogênio Verde: aconteceu no Brasil

As ações para a transição energética estão a todo vapor ao redor do mundo, mas e no Brasil? O que estamos fazendo e qual será o nosso papel neste cenário? No dia 14 de junho, tive a oportunidade de acompanhar a quarta reunião da Frente Parlamentar de Recursos Naturais e Energia que teve como pauta justamente o hidrogênio como ator da transição energética. A discussão foi extremamente produtiva, evidenciando o engajamento de todos para alavancar o país como potência no setor.

 

O Brasil chama atenção do mundo pela sua enorme capacidade de produção de energia solar e eólica, fundamentais para a geração do hidrogênio verde. Tanto que a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, numa visita a quatro países da América Latina (incluindo o Brasil), anunciou um investimento de 2 bilhões de euros para acelerar a produção brasileira de hidrogênio. Não somente isso, ela afirmou que a União Europeia quer importar 10 milhões de toneladas de hidrogênio por ano e, assim, construir e estabelecer um mercado transatlântico de hidrogênio verde e de baixo carbono.

Indo ainda mais fundo, tão logo este anúncio foi feito, o governador do Piauí, Rafael Fonteles, anunciou que empresas europeias farão um aporte cinco vezes maior no estado, chegando a 50 bilhões de reais. Só a espanhola Solatio apresentou dois projetos de produção de hidrogênio verde no Piauí, planejando produção de 820 mil toneladas por ano de amônia para exportação.

Expandindo ainda mais, o governador do Ceará, Elmano de Freitas, participou no dia 13 de junho do 3º Congresso Anual de Hidrogênio para a América Latina e Caribe e falou sobre os pré-contratos que já possui com empresas interessadas em investir em hidrogênio verde no estado. Os investimentos já somam 8 bilhões de dólares e pode duplicar a quantidade de empregos diretos e indiretos na região.

O potencial brasileiro é claro e as empresas globais já estão enxergando isso. O momento hoje é estratégico e nunca se foi tão falado em hidrogênio verde e de baixo carbono quanto hoje. O Brasil pode se tornar a grande base para essa nova matriz energética mundial e isso pode impactar profundamente nossa economia. Precisamos, porém, manter o ritmo e trabalhar intensamente. Como brilhantemente disse nossa diretora jurídica Desire Tamberlini na reunião da Frente Parlamentar que mencionei no início, é hora de tirar as ideias do Power Point e colocar na prática. Por Felipe Moura

Diretor Técnico ABHAV

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